Além de ser uma empresa inovadora em tecnologia, ter suas ações com valores estratosféricos e valer bilhões e bilhões de dólares, agora ela quer ditar tendência em gestão de pessoas.
A inquietude da gigante a levou a desenvolver o Projeto Aristóteles (em tradução direta). Este projeto iniciado em 2012 tinha por objetivo entender o comportamento dos times e extrair dados que mostrassem as melhores habilidades. A Google colocou seu imenso corpo técnico para revisar meio século de estudos acadêmicos sobre o tema.
Desde essa época, a empresa empregou muito dinheiro para buscar as respostas. Durante dois anos, 180 equipes foram formadas e monitoradas, realizaram mais de 200 entrevistas e analisaram mais de 250 atributos diferentes das equipes. A empresa queria entender profundamente porque alguns times tinham mais sucesso que outros. Qual era a habilidade determinante? Ou qual era o conjunto de habilidades que faziam este ou aquele grupo se destacar?
A fórmula que fazia sentido para todos era, de certa forma, a fórmula do sucesso. E isso incluía, estudar nas melhores escolas e fazer MBA´s da moda. Porém, os resultados mostravam que modelo não criava o DNA das equipes de alto desempenho. Os algoritmos da Google não conseguiam estabelecer um padrão que apoiasse a criação dessas equipes.
O cenário começou a mudar a partir do momento em que considerar alguns intangíveis. O diretor de análise de pessoas (HR) do Google, Abeer Dubey, em conjunto com um time de estatísticos, psicólogos organizacionais, sociólogos, engenheiros e pesquisadores, se depararam com um aspecto chamado “normas grupais”. Estas normas são compostas por tradições, padrões comportamentais e regras não escritas que governam como as equipes funcionam quando se reúnem. As normas podem ser não ditas ou abertamente reconhecidas, mas a sua influência é muitas vezes profunda.
Adicione nessa história muito de inteligência artificial, algoritmos complexos e pesquisas sobre inteligência coletiva. Neste momento estava dado o passo determinante para a gigante criar suas equipes de alta performance.
As 5 habilidades podem ser encontradas no site re:Work criado para aglomerar este colosso de informação sobre gestão de pessoas, mundo do trabalho e pesquisas complementares. Abaixo transcrevo brevemente sobre as habilidades.
1. Confiabilidade: Os membros da equipe realizam as tarefas no prazo e atendem às expectativas.
2. Estrutura e clareza: Equipes de alto desempenho têm objetivos claros e têm papéis bem definidos dentro do grupo.
3. Significado: O trabalho tem significado pessoal para cada membro.
4. Impacto: O grupo acredita que seu trabalho é proposital e impacta positivamente o bem maior.
5. Segurança Psicológica: Todos nós já estivemos em reuniões e, devido ao medo de parecermos incompetentes, impedimos perguntas ou ideias. É frustante estar em um ambiente onde nossas opiniões parecem ser irrelevantes.
O resultado da descoberta não podia ser mais simples. Equipes com ambientes psicologicamente mais seguros tinham funcionários com menor probabilidade de sair, mais propensos a aproveitar o poder da diversidade e, em última análise, tiveram mais sucesso.
Novamente a frase de Peter Drucker vem a tona, “A cultura devora a estratégia no café da manhã”. Uma situação na qual todos estão seguros para assumir riscos, expressar suas opiniões e fazer perguntas sem julgamento. Uma cultura em que os gerentes fornecem blindagem e criam zonas seguras para que os funcionários possam baixar a guarda. Isso é segurança psicológica. É subjetivo? Sim, mas concentra-se nesse cinco componentes aumenta a chance de construir a equipe perfeita, o dream team do seu negócio.
Um abraço fraterno e até a próxima!
Kleber Alves