João tem 17 anos e está no seu primeiro estágio. Martina tem 56 anos, 31 anos de carreira e há 20 anos na mesma empresa. Poderiam ser mãe e filho, no entanto são colegas de trabalho e de diferentes gerações.
Aliás, ter diferentes gerações em um mesmo ambiente de trabalho e empresa já se tornou corriqueiro e a grande pergunta diante desse cenário é: como conectar e não conflitar esses públicos tão diversos?
Vamos juntos explorar os valores, perspectivas e estilos de trabalho que cada geração traz consigo e como conectá-las.
Diversidade geracional
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a porcentagem de idosos ativos no mercado de trabalho cresceu de 5,9% em 2012 para 7,2% em 2018. Acredita-se que hoje essa parcela é ainda maior.
Esse aumento revela uma tendência crescente de pessoas acima dos 65 anos, desafiando as noções tradicionais de aposentadoria.
Para os profissionais de recrutamento e seleção, o desafio é outro: conciliar os novos talentos com os mais experientes e manter o ambiente em harmonia. Já abordamos esse assunto aqui.
Um fator interessante em tudo isso está no modo de atuação. Em nossa experiência no Grupo Educavix, vemos cada vez mais jovens querendo trabalhar de forma remota, sem colocar os pés na empresa.
Nesse aspecto o trabalho de forma híbrida – com ao menos dois dias de presença na organização – é uma solicitação das gerações Millenials e Z – nascidos entre 1980 e 2000 em diante.
Do outro lado, a turma dos Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) e Geração X (nascidos em 1965 e 1979), convivem com outros desafios, a exemplo da tecnologia.
Muitos se viram obrigados a aprender a fazer reuniões por videoconferências em plataformas que nem sabiam que existia.
Esse é o cenário comum em muitas organizações modernas, onde os diferentes estilos de trabalho se entrelaçam para formar uma tapeçaria única de habilidades e perspectivas.
Ao contrário do que muitos pensam, o tal conflito geracional pode ser uma oportunidade disfarçada, uma chance de aprender e crescer.
Imagine uma situação em que um Baby Boomer, com sua vasta experiência e conhecimento, colabora com um Millenial, cuja abordagem fresca e inovadora desafia o status quo.
Juntos, eles podem criar uma sinergia poderosa, combinando a sabedoria do passado com a visão do futuro.
Combate ao etarismo
Tudo isso é realmente fantástico, mas e quando vemos a discriminação com base na idade? Infelizmente, o etarismo pode se manifestar de várias formas, desde a recusa em contratar candidatos mais velhos até a marginalização de jovens profissionais devido à sua falta de experiência.
Ao combater o etarismo, as organizações podem promover uma cultura de igualdade e respeito, onde todas as gerações são valorizadas pelo que têm a oferecer.
Isso requer uma mudança de mentalidade e a implementação de políticas e práticas que incentivem a diversidade geracional e combatam quaisquer formas de discriminação com base na idade.
Para o Recursos Humanos faz-se necessário conectar e harmonizar as gerações a partir de cooperação no ambiente de trabalho. Entre as abordagens estão:
- Estimular a comunicação: De forma clara e aberta, incentive o diálogo entre as gerações, promovendo uma cultura de respeito e compreensão mútua.
- Criar oportunidades para uma convivência positiva: Organize eventos e atividades que incentivem a interação entre as gerações, como sessões de mentoria reversa e programas de intercâmbio de habilidades.
- Desenvolver planos de carreira personalizados: Reconheça as necessidades e aspirações únicas de cada geração.
- Adotar uma abordagem inclusiva para o recrutamento e seleção: Garanta que os processos de recrutamento sejam livres de preconceitos e vieses, promovendo a diversidade geracional dentro da organização.
O papel do RH
O departamento de Recursos Humanos desempenha um papel crucial na promoção da diversidade geracional e na gestão eficaz de conflitos.
Ao adotar uma abordagem proativa e inclusiva, o RH pode ajudar a criar um ambiente de trabalho onde todos se sintam valorizados e respeitados.
Um belo exemplo disso foi apresentado por um importante grupo empresarial da área de supermercados do Espírito Santo.
Eles desenvolveram um programa para os chamados profissionais prateados, ou seja, aqueles com mais de 50 anos e assim tem criado a valorização e entendimento das outras gerações dentro da rede.
Conexão
Eis aqui 4 formas de sensibilizar e conectar esses públicos.
- Conscientização e sensibilização com sessões de treinamento e workshops que abordem a importância da diversidade geracional e forneça ferramentas para lidar com o conflito de forma construtiva.
- Desenvolvimento de políticas e diretrizes que incentivem a colaboração e a cooperação entre as gerações, reconhecendo e valorizando as contribuições únicas de cada uma.
- Fomento da comunicação intergeracional com canais de comunicação que facilitem o diálogo entre as gerações, promovendo uma cultura de abertura e transparência.
- Monitoramento e avaliação contínuos com pesquisas e avaliações regulares para monitorar o clima organizacional e identificar quaisquer questões relacionadas ao conflito geracional.
A diversidade geracional é mais do que uma questão de números – é um reflexo da rica tapeçaria da experiência humana, e é isso que torna nosso ambiente de trabalho tão vibrante e dinâmico.
Por fim, destacamos que a promoção de uma cultura de respeito, compreensão e colaboração, pode criar um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo, onde todas as gerações possam prosperar e contribuir para o sucesso da organização.
Se você deseja aumentar a diversidade de gerações em sua empresa, conte com o trabalho de recrutamento e seleção do Grupo Educavix.
Fontes:
https://www.gupy.io/blog/conflito-de-geracoes-ambiente-de-trabalho
https://www.roberthalf.com.br/blog/carreira/etarismo-enfraquece-diversidade
