O que todo empresário deseja é ver seu negócio prosperando. Mais clientes, mais vendas e para que esse ciclo continue é preciso ter equipe, gente, pessoas, time… E eis a questão: qual o tipo de contratação mais adequada para atender as necessidades da sua empresa? Estagiário ou profissional?
E há muitas outras perguntas que permeiam essa escolha. Nesse artigo, vamos apresentar as vantagens e os desafios de cada opção.
O contrato certo
Para começar, vale destacar que o contrato de trabalho é um documento que vai muito além de formalizar o vínculo entre empregador e empregado.
Ele define direitos, deveres e até o tipo de relação que será estabelecida entre as partes. Ou seja, a escolha do contrato não pode ser feita sem conhecimento.
“O contrato certo pode trazer inúmeros benefícios, como eficiência, redução de custos e segurança jurídica, enquanto o contrato inadequado pode gerar conflitos, insatisfação e até problemas legais”, assegura o sócio fundador do Grupo Educavix e diretor de negócios e expansão, Kleber Alves.
Confira os tipos de contratos mais utilizados:
1 – Contrato de trabalho CLT por tempo indeterminado: a solidez do vínculo tradicional
O contrato por tempo indeterminado é o modelo clássico, o mais comum no mercado de trabalho brasileiro.
Ele garante ao empregado uma série de benefícios, como salário fixo, FGTS, férias, 13º salário, entre outros.
“Para muitas empresas, esse contrato é o sinônimo de segurança, tanto para o funcionário quanto para o empregador, já que as regras são bem estabelecidas e todos sabem o que esperar”, avalia Kleber.
Vantagens:
– Segurança jurídica: O funcionário CLT tem seus direitos assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e a empresa também tem clareza sobre suas obrigações.
– Estabilidade: Esse tipo de contrato é ideal para funções que demandam profissionais dedicados, comprometidos e que possam assumir grandes responsabilidades ao longo do tempo.
– Retenção de talentos: Funcionários em contrato indeterminado geralmente se sentem mais seguros e motivados, o que contribui para a retenção de talentos.
Desafios:
– Custo elevado: com a CLT, vêm encargos trabalhistas. Além do salário, a empresa precisa arcar com custos de férias, 13º salário, FGTS, contribuição previdenciária, entre outros.
– Menor flexibilidade: Demitir um funcionário CLT exige o pagamento de multas e rescisões, o que pode ser um peso financeiro em momentos de crise ou ajustes internos.
– Carga horária fixa: O funcionário CLT cumpre uma jornada de trabalho fixa, de 44 horas semanais, o que pode ser uma desvantagem se a demanda de trabalho for oscilante.
2 – Contrato de trabalho CLT por tempo determinado: uma alternativa para projetos de curto prazo
O contrato por tempo determinado é uma variação do CLT indeterminado, porém com um prazo de validade definido. Ele pode durar até dois anos, e só pode ser prorrogado uma vez.
Esse tipo de contrato é interessante para empresas que precisam de reforço temporário, como em projetos de curto prazo ou picos de demanda.
“Ele não é muito comum no nosso mercado, e também gera custos fiscais para o empreendedor”, lembra Kleber.
Vantagens:
– Flexibilidade temporal: Ideal para situações em que a empresa precisa de um reforço pontual, como a implementação de um projeto específico ou substituição de um funcionário em licença.
– Menor risco de rescisão: Por ter uma data de término definida, esse contrato pode ser mais vantajoso para o empregador que não quer assumir compromissos de longo prazo.
– Menos burocracia: A rescisão de um contrato por tempo determinado, quando termina no prazo estipulado, não gera custos adicionais como a multa de 40% sobre o saldo do FGTS.
Desafios:
– Menor motivação para o funcionário: Como o funcionário sabe que seu vínculo é temporário, ele pode não se sentir tão engajado ou motivado quanto alguém com contrato por tempo indeterminado.
– Limitado a dois anos: Se o projeto durar mais do que o esperado, a empresa pode ter que renovar o contrato uma única vez, ou passar para o tempo indeterminado, o que pode frustrar tanto o empregador quanto o empregado.
– Encargos trabalhistas: Embora seja por tempo determinado, ainda há encargos trabalhistas a serem pagos, o que pode encarecer a contratação dependendo da duração do contrato.
3 – Contrato intermitente: a flexibilidade máxima
Introduzido pela reforma trabalhista, o contrato intermitente é uma novidade que permite à empresa chamar o trabalhador apenas quando há demanda, e pagar apenas pelas horas ou dias trabalhados.
“É uma solução muito interessante para empresas com demandas variáveis e sazonais, como restaurantes, eventos ou empresas de tecnologia”, explica Kleber.
Vantagens:
– Custo sob demanda: A empresa paga o funcionário apenas quando ele trabalha, o que pode ser muito vantajoso para negócios com variação de volume de trabalho ao longo do ano.
– Flexibilidade: Esse contrato permite ao empregador ajustar sua força de trabalho conforme a necessidade, evitando o pagamento de salários fixos em períodos de baixa demanda.
– Direitos preservados: Mesmo sendo flexível, o funcionário intermitente tem direito a FGTS, férias proporcionais, 13º salário, entre outros.
Desafios:
– Insegurança para o funcionário: Como o trabalhador não sabe quando será chamado novamente, pode haver insegurança financeira, o que pode desmotivar o profissional.
– Gestão mais complexa: Para a empresa, gerenciar contratos intermitentes pode ser mais complexo, já que é preciso convocar os trabalhadores com antecedência, organizar as escalas e calcular os direitos proporcionais.
– Dificuldade de retenção: Funcionários intermitentes podem estar mais propensos a buscar oportunidades de trabalho mais estáveis, o que pode dificultar a retenção de bons profissionais.
4 – Contrato temporário ou terceirizado: suprindo demandas temporárias
O contrato temporário é bastante usado para substituir funcionários em licença ou para atender demandas sazonais.
Já a terceirização permite que a empresa contrate outra empresa para realizar determinadas atividades, sem estabelecer vínculo empregatício com os trabalhadores envolvidos.
“Esse tipo de contrato, acaba sendo muito utilizado por lojas, para reforçar as equipes de vendas em datas comemorativas, como Dia das Mães, Natal, Festas Juninas ou Páscoa. Muitas vezes serve de ponte para a contratação definitiva”, reforça.
Vantagens:
– Atende picos de demanda: É ideal para períodos de maior movimento, como datas comemorativas ou projetos de curta duração.
– Terceirização de atividades não essenciais: Permite que a empresa foque em seu core business, terceirizando atividades que não fazem parte de sua principal função, como limpeza, segurança ou TI.
– Menor burocracia: Como o trabalhador não é contratado diretamente pela empresa, a gestão de RH e o pagamento de encargos são responsabilidades da empresa terceirizada.
Desafios:
– Menor controle sobre a equipe: Quando você terceiriza, a qualidade do trabalho pode variar dependendo da empresa contratada, e o controle sobre a equipe é menor.
– Encargos da empresa terceirizada: Embora a terceirização reduza a burocracia, a empresa terceirizada pode cobrar um valor mais elevado para cobrir seus custos administrativos e encargos trabalhistas, o que pode não ser tão vantajoso financeiramente.
– Limitação de tempo: O contrato temporário tem um prazo máximo de nove meses, o que pode ser insuficiente para projetos mais longos.
5 – Contrato de prestação de serviço autônomo: flexibilidade sem vínculo empregatício
A prestação de serviço autônomo é uma boa opção para empresas que precisam de um serviço específico, mas que não justificam a contratação de um funcionário em regime CLT.
Aqui, o profissional é contratado para realizar uma atividade pontual, e o pagamento é feito através de RPA (Recibo de Pagamento Autônomo), sem gerar vínculo empregatício.
“É um tipo de contrato que vem sendo utilizado cada vez mais por empresas, que contratam, especialmente profissionais liberais, mas não têm vínculos com eles, diminuindo os custos relativos às despesas fiscais”, explica o diretor da Educavix.
Vantagens:
– Flexibilidade total: O contrato autônomo permite que a empresa contrate apenas para serviços pontuais, sem a necessidade de manter o profissional na folha de pagamento.
– Sem encargos trabalhistas: Como o autônomo não tem vínculo empregatício, a empresa não precisa arcar com os custos de FGTS, 13º salário ou férias.
– Especialização: Muitas vezes, o profissional autônomo é especialista em uma determinada área, o que garante um serviço de qualidade.
Desafios:
– Sem compromisso a longo prazo: O autônomo pode estar comprometido com outros projetos e não ter disponibilidade para atender sua empresa no futuro.
– Insegurança jurídica: A empresa precisa ter cuidado ao contratar autônomos para que o contrato não seja caracterizado como vínculo empregatício, o que pode gerar problemas trabalhistas.
– Qualidade variável: Como o profissional autônomo não faz parte da equipe fixa, pode haver menos alinhamento com a cultura e os valores da empresa, resultando em uma qualidade de trabalho inferior.
6 – Estágio: formação e oportunidade para jovens talentos
O estágio é uma excelente opção para empresas que desejam formar novos profissionais, oferecendo experiência prática em troca de um custo de contratação reduzido.
Regido pela Lei do Estágio, esse tipo de contrato é muito vantajoso para estudantes, que podem se desenvolver profissionalmente enquanto ainda estão na faculdade ou no ensino técnico.
Essa é uma das especialidades da Educavix: “Aqui auxiliamos na contratação, desde o mapeamento dos candidatos, passando pela seleção e encaminhamento às empresas”, lembra Kleber.
Vantagens:
– Custo reduzido: O estágio não gera encargos trabalhistas como FGTS, 13º salário ou férias integrais, o que faz dele uma opção financeiramente vantajosa.
– Formação de talentos: Estagiários estão em busca de aprendizado e desenvolvimento, e podem se tornar excelentes colaboradores no futuro.
– Inovação: Jovens talentos trazem novas ideias, estão atualizados com as últimas tendências do mercado e têm grande disposição para aprender.
Desafios:
– Necessidade de supervisão: O estagiário, por ser um estudante em fase de aprendizado, precisa de acompanhamento constante para que suas atividades sejam bem desenvolvidas.
– Tempo limitado: O contrato de estágio é limitado a dois anos, e a carga horária é reduzida (até 30 horas semanais), o que pode ser uma desvantagem se a empresa precisar de uma dedicação maior.
– Menor responsabilidade: Estagiários, por não serem profissionais formados, têm limitações quanto às responsabilidades que podem assumir, o que pode não ser ideal para todas as funções.
E agora, qual contratação escolher?
Não há uma resposta única para essa pergunta. Tudo depende das necessidades da sua empresa, do tipo de função que a empresa precisa preencher, do orçamento disponível e dos seus objetivos a longo prazo.
Se necessita de um profissional experiente e comprometido, a contratação CLT por tempo indeterminado pode ser a melhor opção.
Por outro lado, se o orçamento é mais limitado e precisa de um reforço temporário, um estagiário ou contrato por tempo determinado pode ser mais adequado.
A chave é avaliar cada cenário com cuidado e escolher o modelo de contrato que melhor se adapta à realidade do seu negócio. “Afinal, uma equipe bem contratada é um dos principais pilares para o sucesso de qualquer empresa”, finaliza Kleber.
A Educavix tem ferramentas modernas de seleção, que podem te auxiliar nessa decisão. E se você ainda tiver dúvidas sobre o assunto, entre em contato com a nossa equipe.