Vamos começar esse artigo com um exercício. Puxe na sua memória, um profissional que sempre se destacou dos demais. Lembrou de alguém? Com certeza essa pessoa tem habilidades importantes.
É nesse contexto que as habilidades comportamentais, também chamadas de soft skills, se tornam protagonistas da jornada profissional de sucesso.
Na era das transformações aceleradas, além de dominar ferramentas e processos é imprescindível saber lidar com pessoas, mudanças e desafios inesperados. Como fazer isso?
Quem nos guia nessa jornada é Kleber Alves, diretor de negócios do Grupo Educavix.
As 3 habilidades comportamentais mais valorizadas pelas empresas
Com certeza, você já ouviu falar delas, mas é sempre bom reforçar o quanto fazem a diferença. Segundo Kleber Alves essas três competências comportamentais se destacam como pilares para o sucesso profissional. E são elas:
- – Proatividade
- – Comunicação eficaz
- – Adaptabilidade
“Sair na frente é consequência de quem antecipa problemas, se comunica com eficiência e encara mudanças com leveza”, reforça o empresário.
E isso não é à toa. O mundo profissional exige cada vez mais ação, clareza na troca de informações e capacidade de se ajustar ao novo sem perder o ritmo.
E é justamente nos processos seletivos que essas habilidades comportamentais mostram o valor e, acredite, o mesmo peso que os conhecimentos técnicos, também chamados de hard skills.
Por isso, os avaliadores ficam atentos as respostas dos candidatos diante de perguntas situacionais ou em dinâmicas de grupo. Nessa hora, surgem sinais valiosos sobre como o candidato reage a problemas, se adapta e interage com o time. “Muitas vezes, esse é o diferencial na hora da escolha”, afirma Kleber.
1 – Como aplicar a proatividade no ambiente de trabalho
Mesmo sendo uma das habilidades mais importantes, Kleber considera a proatividade como uma das mais difíceis de desenvolver, especialmente para quem já está habituado a só agir sob comando. Mas ele garante: dá para mudar.
Comece pequeno. Enxergue oportunidades de melhoria, antecipe soluções e sugira ideias. A proatividade se fortalece quando a gente sai da zona de conforto, mesmo que em pequenas doses.
2 – Comunicação eficaz: escutar é tão importante quanto falar
Kleber lembra que muita gente associa boa comunicação à habilidade de falar bem. Mas ele alerta: comunicar é também (e principalmente) ouvir com atenção, organizar ideias e buscar clareza na mensagem.
Um exercício simples e poderoso que ele recomenda é o seguinte: “Antes de qualquer conversa importante ou e-mail delicado, pergunte-se: ‘Qual é a mensagem principal que eu quero passar?’”.
Essa pequena pausa para reflexão pode evitar mal-entendidos e tornar a comunicação muito mais eficaz.
3 – Adaptabilidade e resiliência: como se fortalecer diante das mudanças
A resiliência é uma habilidade que sempre aparece quando o assunto é comportamento. E desenvolver isso no dia a dia passa muito por entender que nem tudo vai sair como planejado.
Saber lidar com o erro, buscar aprendizado em cada situação difícil e não desistir diante dos obstáculos são formas práticas de fortalecer essa capacidade. “Eu sempre digo: resiliência se constrói enfrentando, e não evitando os desafios”.
A importância da inteligência emocional no sucesso profissional
Além das 3 habilidades citadas anteriormente, saber lidar com prazos apertados, conflitos internos e expectativas altas, desafia as emoções de muita gente. Quem nunca teve vontade de jogar tudo para o ar e sair correndo?
Esse cenário é comum e a habilidade que nos ajuda a manter o equilíbrio e tomar boas decisões mesmo sob pressão é a inteligência emocional.
Kleber define essa competência como a capacidade de entender e gerenciar as próprias emoções, ao mesmo tempo em que se sabe perceber e lidar com as emoções dos outros.
Quem tem esse controle promove ambientes mais saudáveis e relacionamentos mais construtivos — o que, no fim das contas, favorece o desempenho coletivo e os resultados.
O caminho para desenvolvê-la exige treinamento e, principalmente, autoconhecimento. Já comece se perguntando o que te tira do sério. Se você sabe a resposta está com um bom caminho andado.
Autoconhecimento: a base para desenvolver soft skills
Quer desenvolver qualquer soft skill? Para iniciar, derrube o mito de que isso é um “dom natural”. Kleber discorda e convida para o exercício de autoconhecimento.
O autoconhecimento permite identificar forças, reconhecer limitações e entender como reagimos às situações. Isso abre caminho para desenvolver outras habilidades, como liderança e empatia.
Para ele, o primeiro passo é estar disposto a praticar, buscar conhecimento e, principalmente, aplicar o que aprende no dia a dia. Assim como se aprende a usar uma nova ferramenta, também se aprende a escutar melhor, se comunicar com mais clareza ou a agir com mais iniciativa.
E a boa notícia? Esse processo não precisa ser complexo. Pode começar com reflexões simples sobre comportamentos cotidianos, vale anotar o que sente nos momentos de pressão, de colaboração com os colegas, de reconhecimento, e até aqueles momentos com feedbacks sinceros de colegas, sem levar para o coração.
Geração Z e Alpha: como as novas gerações mudam o perfil profissional
Sim, a geração Z e até a Alpha, estão no jogo e para ganhar. Eles têm contribuído para uma nova visão do trabalho, com profissionais que buscam propósito, equilíbrio e protagonismo. E isso tem exigido do mercado uma adaptação.
Nesse campo, entram em cena habilidades os jogadores com:
- Criatividade;
- Resolução de problemas de forma colaborativa;
- Rapidez na adaptação às mudanças.
São as novas competências, cada vez mais desejadas e compatíveis com o mundo do trabalho que está se desenhando.
Dicas práticas para começar a desenvolver suas soft skills hoje
Se você chegou até aqui e está se perguntando por onde começar o desenvolvimento das suas soft skills, a dica de Kleber Alves é direta:
“Escolha uma habilidade. Pode ser comunicação, inteligência emocional ou até proatividade. Busque conteúdos, participe de conversas sobre o tema, faça cursos — mas, principalmente, pratique. É na prática, e não só na teoria, que acontece o verdadeiro desenvolvimento”.