O esgotamento profissional, conhecido como síndrome de Burnout, tem se tornado uma preocupação cada vez mais frequente nas empresas de diversos setores.
E parece que essa síndrome se manifesta ainda mais forte quando chegamos próximos do final de um período, a exemplo de agora, no último trimestre do ano.
A pressão por resultados, prazos curtos e a constante sobrecarga de trabalho são alguns dos fatores que levam muitos profissionais a vivenciarem esse problema.
Segundo um estudo da consultoria Gallup, com mais de 7 mil pessoas, 67% dos entrevistados afirmaram já terem enfrentado a síndrome no trabalho.
Um dos casos mais conhecidos foi o da ex-apresentadora da Globo, Izabella Camargo, que precisou se afastar de suas funções após ser diagnosticada com Burnout.
Sua história trouxe à tona a importância do diagnóstico precoce e do cuidado com a saúde mental no ambiente corporativo.
E pra quem acha que essa é uma síndrome nova, a história mostra que o psicanalista alemão Herbert Freundenberger descreveu, em 1974, os sintomas que o impediam de seguir fazendo suas atividades.
Aliás burnout significa apagar, com o sentido de não conseguir se lembrar o que precisa ser feito repentinamente. Em diversas entrevistas, a ex-apresentadora relata que foi esse apagão ao vivo na TV, em agosto de 2018, o sinal de que algo não ia bem.
7 sinais de atenção
O Burnout pode se manifestar de diferentes formas e, muitas vezes, os sinais são confundidos com o simples cansaço ou estresse.
Porém, é essencial identificar os sintomas para buscar ajuda antes que o quadro se agrave.
- Fadiga constante: O cansaço extremo, mesmo após uma boa noite de sono, é um dos primeiros sinais. A pessoa sente-se esgotada física e mentalmente, o que interfere em sua produtividade e qualidade de vida.
- Falta de motivação: Tarefas que antes eram realizadas com entusiasmo começam a ser vistas como um fardo. A motivação desaparece e o profissional perde o prazer no trabalho.
- Baixa performance: A sensação de que não se consegue realizar as atividades de forma satisfatória pode surgir. Mesmo com esforço, o desempenho cai e a pessoa se sente incapaz de atender às expectativas.
- Problemas de concentração: A dificuldade em se concentrar em tarefas simples e o esquecimento frequente são sinais de que algo não está bem.
- Alterações no humor: Irritabilidade, crises de ansiedade e até mesmo episódios depressivos podem surgir, tornando o ambiente de trabalho ainda mais desafiador.
- Isolamento: Profissionais com Burnout tendem a se isolar, evitando interações sociais no ambiente de trabalho, o que pode agravar ainda mais a sensação de solidão e desconexão.
- Problemas físicos: O corpo também dá sinais, como dores de cabeça frequentes, insônia, distúrbios digestivos e até problemas cardíacos. Esses sintomas físicos são uma resposta ao estresse acumulado.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico do Burnout é feito por um profissional de saúde, como um psicólogo ou psiquiatra, por meio da análise dos sintomas apresentados pelo paciente. O processo de avaliação pode incluir questionários, conversas aprofundadas e, em alguns casos, exames clínicos para descartar outras condições.
E o tratamento envolve um conjunto de abordagens, como:
- Terapia: A psicoterapia, especialmente a cognitivo-comportamental, ajuda o paciente a entender as causas do Burnout e a desenvolver estratégias para lidar com o estresse.
- Mudança de hábitos: Práticas de autocuidado, como exercícios físicos, meditação e técnicas de relaxamento, são essenciais para recuperar o equilíbrio emocional.
- Reorganização do trabalho: Em alguns casos, pode ser necessário ajustar a carga horária ou as responsabilidades do colaborador, para que ele possa se recuperar adequadamente.
O papel da Empresa
As empresas, especialmente o departamento de Recursos Humanos, desempenham um papel fundamental na prevenção e no acompanhamento de casos de Burnout. Para isso, é importante:
- Observar sinais: Estar atento aos sinais de esgotamento nos profissionais é o primeiro passo. RHs e líderes devem promover um diálogo aberto sobre a saúde mental no ambiente de trabalho.
- Promover pausas: Incentivar momentos de descanso ao longo do expediente ajuda a aliviar o estresse e evita a sobrecarga dos colaboradores.
- Oferecer suporte: Disponibilizar apoio psicológico e programas de bem-estar dentro da empresa é uma forma de cuidar da saúde mental dos funcionários.
Repensar o trabalho
O Burnout é um problema sério, que afeta não só o bem-estar do colaborador, mas também a produtividade e os resultados da empresa.
Ao identificar os sinais precocemente e oferecer suporte adequado pode fazer toda a diferença na recuperação dos profissionais e no ambiente de trabalho como um todo.
Um dos caminhos para mudar esse cenário é ter mais colaboradores e distribuir melhor as tarefas, ter o cuidado com prazos e demandas.
Lembre-se também da necessidade de pesquisa de clima, que alerta para como está sua equipe.
Não deixe esse problema passar despercebido. Cuide da saúde mental dos seus colaboradores e conte com o apoio de especialistas para promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.