Já não é de hoje que empresários e até mesmo consultorias de recrutamento e seleção buscam entender por que candidatos aprovados desistem das vagas.
Esse fenômeno, cada vez mais comum e em nível mundial como já apontaram diversas pesquisas, apresenta uma série de fatores que influencia a decisão dos profissionais.
Nesse artigo, nos debruçamos sobre eles e propomos algumas soluções para virar esse jogo.
Cenários
O mercado de trabalho está aquecido e isso é um fato. Diante de tantas oportunidades, os candidatos, frequentemente, participam de vários processos seletivos ao mesmo tempo, o que aumenta a possibilidade de desistência.
Um exemplo disso é o Espírito Santo, onde a taxa de desemprego está entre as mais baixas do país.
“O que faz com que os profissionais tenham mais opções e acabem escolhendo a vaga que mais se alinha aos seus interesses e necessidades”, relata Vanderlea Pegoretti, especialista em Recrutamento e Seleção do Grupo Educavix.
Além disso, o tempo do processo seletivo influencia na desistência. Quanto mais longo, maiores as chances para a perda de bons candidatos, que podem ser aprovados em outra oportunidade enquanto aguardam a resposta de uma empresa.
E falando em longo, temos outro fator que impacta a decisão dos candidatos: a proximidade da empresa em relação à sua residência.
“Acontece do candidato informar na entrevista que a distância não é problema, e na hora da aprovação, declina por ter encontrado outra oportunidade mais próxima de casa”, conta.
Aliado a isso, vê-se uma preferência por regimes de trabalho mais flexíveis, como o híbrido ou totalmente remoto. Isso também tem impacto nas decisões dos candidatos.
A especialista destaca, ainda, que a opção remota é ofertada com mais frequência para vagas de tecnologia, mas o híbrido continua sendo um forte atrativo também para outras áreas, como marketing e comunicação.
A questão do salário e dos benefícios também é um aspecto crucial. Vanderlea observa que os benefícios, às vezes, têm um peso maior do que o salário em uma negociação.
“Muitas vezes, o salário é atrativo, mas a empresa não oferece vale-alimentação ou refeição, ou fica localizada em um bairro onde o custo de vida é alto. Esse desequilíbrio entre remuneração e benefícios pode ser um fator decisivo para que o candidato opte por outra oportunidade”.
Logo, observam-se quatro pontos de atenção:
- Agilidade para entrevistar candidatos e dar retorno sobre aprovação.
- Maior proximidade da residência;
- Trabalho híbrido/remoto;
- Salário e benefícios;
Leilão de vagas
Um fenômeno que tem se tornado frequente é o “leilão de vagas”, onde candidatos participam de processos seletivos apenas para forçar uma promoção em sua atual empresa.
“O colaborador gosta da empresa atual, da equipe e do clima organizacional, mas percebe que na empresa só se conquista uma promoção/reajuste salarial aqueles que ameaçam sair”, destaca Vanderlea.
Para o empregado fica a reflexão: vale aceitar essa ‘migalha’? Uma empresa que teve cinco anos para reconhecer seu trabalho, mas só te valoriza quando está prestes a sair… Isso é realmente valorização?
Já para os empregadores, fica a avaliação sobre contratar pessoas que já estão empregadas, aumentando o risco desse leilão.
Recrutamento profissional
Com sua vasta experiência, a especialista lembra que o processo de recrutamento envolve uma série de ações a fim de selecionar os melhores e mais adequados profissionais para as vagas.
- Divulgação da vaga;
- Custos com sistemas de gestão de talentos;
- Triagem dos currículos;
- Tempo e atenção nas entrevistas;
- Elaboração de pareceres;
- Testes;
- E muito outros.
Como virar o jogo
Para virar esse jogo é preciso adotar algumas estratégias.
Vanderlea sugere que “a empresa ofereça um salário justo e analise seu pacote de benefícios, aproveitando os incentivos fiscais disponíveis e realizando uma análise detalhada de custos”.
Por parte da empresa de recrutamento, a exemplo do que faz a Educavix, faz-se necessário uma entrevista clara com o gestor durante o processo de decisão.
É essencial esclarecer as oportunidades de crescimento, a política da empresa e as expectativas relacionadas à vaga.
Implementar ações de retenção como feedback contínuo, programas de indicação e planos de desenvolvimento individual, também é fundamental para manter os talentos na organização.
“O candidato sabendo aonde pode chegar, não vai trocar de emprego por R$100,00, a mais no contracheque”, finaliza Vanderlea.
Novo cenário
Para evitar a desistência dos candidatos, é essencial que as empresas se adaptem às novas dinâmicas do mercado.
Dessa forma, será possível não apenas atrair, mas reter os melhores talentos, garantindo a continuidade e o sucesso do negócio.
É essa a dificuldade que você tem em sua empresa? Converse com nosso pessoal e vamos juntos mudar esse cenário.