Ah!
Se o mundo inteiro me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar
Dizer que aprendi
Esse é um trecho da estrofe inicial da música Azul da Cor do Mar, do cantor e compositor Tim Maia e a usamos como uma referência sobre errar, aprender e a conexão com a mentalidade de crescimento, tema desse artigo.
Gente inspira gente!
Imagine trabalhar em um lugar onde errar não é sempre um problema, mas uma chance de aprender. Onde o esforço é valorizado. E cada desafio é visto como uma oportunidade de evoluir, não um obstáculo.
Essa é a essência da mentalidade de crescimento, o motor invisível do desenvolvimento nas empresas. Em uma época de tantas cobranças, líderes que também são humanos, assumem erros e compartilham aprendizados, mudam o jogo.
É desta forma que líderes e liderados aprendem junto e criam uma cultura de confiança e evolução. É o famoso “liderar pelo exemplo”.
E aí vem a dúvida: Como fazer isso? Quem responde é o empresário, mentor de carreiras e criador do método Mindset de Alta Performance (MAP), Lucas Fonseca.
“Todo desenvolvimento passa pela clareza do momento e necessidade de se desenvolver. Portanto, antes de focar em um desenvolvimento específico, é preciso implantar a cultura do desenvolvimento”, ensina.
Ele complementa enfatizando a necessidade da mudança de mentalidade. “Acredito muito no poder da cultura e muitas empresas buscam implantar mudanças, porém precisam partir do alicerce: cultura, mentalidade, comportamentos e ambientes”.
Esforço além do dom
Muitos crescem acreditando que só os “talentosos” vencem. Mas no mundo real, e no ambiente corporativo, quem se dedica de verdade costuma ir mais longe. Valorizar o processo, o esforço e a melhoria contínua são essenciais para motivar as pessoas a se desafiarem mais.
Segundo ele, hoje existe uma romantização do empreendedorismo e é contra os movimentos coaches que induzem pessoas a criarem uma zona de esforço para aquilo que não está em sua essência ou identidade.
Trocar elogios do tipo “você é ótimo nisso” por “incrível como você se dedicou pra chegar nesse resultado” pode parecer detalhe, mas muda tudo.
Errar faz parte (de verdade!)
Empresas que querem inovação e crescimento precisam aceitar que erros acontecem, e são parte do processo. O medo de errar trava o aprendizado, o crescimento dos negócios e todo o desenvolvimento do negócio.
Mas quando a cultura valoriza “o que a gente aprendeu com isso?”, o medo vira insight. E as pessoas passam a experimentar mais.
Para Lucas, o erro ensina mais do que qualquer faculdade, isso é fato. Porém, não devemos balizar o aprendizado somente pelo erro. “Existem formas de aprender por apreciação, ensinamentos e orientações”, lembra.
Como mentor, diz que busca criar em seus mentorados formas de aprender em que não precisam errar necessariamente. Afinal, se existe uma forma de aprender com os erros dos outros, será mais estratégico.
No dia a dia da empresa isso pode ser colocado em prática com:
– Reuniões de lições aprendidas: Pode-se fazer após, por exemplo, o lançamento de um produto ou problema com o atendimento a um cliente.
– Fóruns de trocas: Como uma reunião de brainstorming, todos compartilham suas experiências em situações dentro do trabalho.
– Murais ou vídeos com aprendizados: Podem ser frases ou cases contados pelo time.
O mais importante nessas dinâmicas é não julgar os envolvidos, mas avaliar, monitorar para que o erro não se repita.
3 passos
Diante de tudo o que vimos até agora, há 3 passos que contribuem para a mentalidade de crescimento e esse desenvolvimento invisível dentro das empresas
1 – Aprendizado contínuo é o novo normal
Quem para de aprender, fica para trás. Mas o aprendizado hoje não precisa, e nem deve, ser engessado.
“É desejável que as pessoas compreendam que tudo muda o tempo todo. O que nós aprendemos agora, amanhã talvez já fique obsoleto. A vida muda, conhecimento muda, pessoas mudam. Viver um aprendizado contínuo não é mais uma estratégia, é uma necessidade”, avalia Lucas.
De acordo com o plano de carreira, estimule o time a:
– Criar trilhas personalizadas de aprendizado, seja por cursos oferecidos pela empresa ou por conta própria;
-Participar de mentorias internas ou externas, a fim de manter a chama acesa do desenvolvimento pessoal e profissional.
Aprender precisa ser leve, constante e fazer sentido para quem está na jornada.
2 – Celebre o progresso, não só o resultado
Conquistas são importantes, claro. Mas e o caminho até lá? Deve ser como uma viagem em que o trajeto faz parte da experiência.
Quando a empresa começa a reconhecer o progresso, aquele salto de conhecimento, aquela superação pessoal, aquela coragem de tentar, mostra que crescimento é o que realmente importa.
A mente entende que tudo que comemoramos é bom. Então, a celebração não pode acontecer somente na etapa final, se vive a cada processo. “Isso também faz parte da gratidão. Só estaremos aptos a vivermos a próxima fase, quando nos tornamos gratos por aquilo que já temos”, aponta Lucas.
Essas celebrações mantêm a motivação viva e mostram que estamos todos em movimento.
3 – Resiliência também se aprende
Falar sobre resiliência, normalizar as frustrações e oferecer suporte emocional, ajudando o time a encarar os altos e baixos com mais equilíbrio.
“Resiliência vem por um motivo, por um alvo, por algo que visualizamos no futuro que faça valer a pena todo esforço do presente”, ensina. Não é sobre quem é mais resiliente que o outro. É sobre o motivo que cada um carrega.
Então teria como ensinar resiliência? “Eu diria, tem como despertar, quando se coloca em jogo aquilo que você luta ou o que estaria disposto a enfrentar para se obter aquilo que se deseja” avalia Lucas.
O aprendizado vem disso também: cair, levantar, refletir… seguir.
O motor invisível
No fim das contas, cultivar uma mentalidade de crescimento é sobre criar um espaço onde o aprendizado é bem-vindo, o erro é tratado com empatia e o progresso de cada um importa de verdade. É nesse ambiente que nascem equipes mais motivadas, resilientes e preparadas para crescer, junto com a empresa.
“Desenvolver a mentalidade de crescimento passa por entender que dificuldades fazem parte da jornada”, finaliza Lucas.